
“Monte Castelo é nosso! ”.
A mensagem que ecoou no campo de batalha, ao
findar da tarde de 21 de fevereiro de 1945, marcou uma das mais gloriosas
realizações da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a
Segunda Grande Guerra. Após 12 horas de um árduo e intenso combate contra
um implacável e bem fortificado inimigo, agravado por um terreno íngreme e frio
intenso, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE) conquistava o seu
maior objetivo: Monte Castelo.
Após três infrutíferas tentativas, A Bandeira Nacional
foi finalmente hasteada no ponto mais alto daquela mística elevação, posição
defensiva das tropas do Eixo nos Apeninos. Tal feito coroou a dedicação, a
coragem, a abnegação e a fé inquebrantável dos pracinhas, consolidando o
prestígio da FEB junto aos aliados.
A cobra fumou
Por causa de um trocadilho na época onde
muitos diziam que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na
guerra é que surgiu a expressão símbolo da força expedicionária.
Porretta Terme, Itália, 1944 no QG da 3ª Sessão
do estado maior da FEB, o Capitão Vernon Valters – oficial de ligação do V exército
dos EUA com a FEB chegou para o 3º sargento Ewaldo Meyer perguntando porque os
soldados brasileiros falavam tanto em cobra fumando, o 3º Sargento Ewaldo explicou
a razão, em seguida o capitão Vernon pediu para o sargento desenhar uma cobra
fumando pra levar ao General Mascarenhas pra ele mandar fazer um emblema e colocar
no braço dos soldados brasileiros, porque na época o Brasil mal tinha
informações usando apenas um escudo pequeno com o nome do país, o 3º Sargento Evaldo
disse que não era artista e que não sabia desenhar, o capitão falou que não
tinha importância que ele fizesse o rascunho que ia pedir pra Walt Disney
desenhar baseado na imagem que ele tinha feito, então alguns dias depois chegou
os distintivos com algumas alterações que foram colocados no braço dos soldados
brasileiros.
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Desenho versão Walt Disney |
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Distintivo colocado no uniforme dos combatentes |
Memória do combatente
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Expedicionário Pedro Maia Filho
(Pintura em tela feita pelo escoteiro Miquéias Mizá)
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Em 8 de maio de 1945, término da Segunda
Grande Guerra, regressa ao Brasil junto com os demais membros do contingente
sendo recebidos no Rio de Janeiro pelo presidente Getúlio Vargas, pelo General
Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra, corporações sediadas na capital
federal e pela grande massa popular. Após o desembarque todos os pracinhas
tiveram um mês de licença, dias depois foram dispensados do exército brasileiro
retornando a cidade natal, sendo recebido na estação ferroviária de Mossoró com
a banda de música, foguetões, discursos e homenagens dos amigos e conterrâneos.
No dia 22 de novembro de 1948 – três anos depois, faleceu na residência
de seus pais pronunciando suas últimas palavras: "DIGA A PAPAI QUE VOLTEI
DA ITÁLIA”.