quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

“Monte Castelo é nosso! ”



“Monte Castelo é nosso! ”.

A mensagem que ecoou no campo de batalha, ao findar da tarde de 21 de fevereiro de 1945, marcou uma das mais gloriosas realizações da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Grande Guerra. Após 12 horas de um árduo e intenso combate contra um implacável e bem fortificado inimigo, agravado por um terreno íngreme e frio intenso, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE) conquistava o seu maior objetivo: Monte Castelo.

Após três infrutíferas tentativas, A Bandeira Nacional foi finalmente hasteada no ponto mais alto daquela mística elevação, posição defensiva das tropas do Eixo nos Apeninos. Tal feito coroou a dedicação, a coragem, a abnegação e a fé inquebrantável dos pracinhas, consolidando o prestígio da FEB junto aos aliados.

A cobra fumou

Por causa de um trocadilho na época onde muitos diziam que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra é que surgiu a expressão símbolo da força expedicionária.

Porretta Terme, Itália, 1944 no QG da 3ª Sessão do estado maior da FEB, o Capitão Vernon Valters – oficial de ligação do V exército dos EUA com a FEB chegou para o 3º sargento Ewaldo Meyer perguntando porque os soldados brasileiros falavam tanto em cobra fumando, o 3º Sargento Ewaldo explicou a razão, em seguida o capitão Vernon pediu para o sargento desenhar uma cobra fumando pra levar ao General Mascarenhas pra ele mandar fazer um emblema e colocar no braço dos soldados brasileiros, porque na época o Brasil mal tinha informações usando apenas um escudo pequeno com o nome do país, o 3º Sargento Evaldo disse que não era artista e que não sabia desenhar, o capitão falou que não tinha importância que ele fizesse o rascunho que ia pedir pra Walt Disney desenhar baseado na imagem que ele tinha feito, então alguns dias depois chegou os distintivos com algumas alterações que foram colocados no braço dos soldados brasileiros.


     
            Desenho versão Walt Disney          
Distintivo colocado no uniforme dos combatentes  

Memória do combatente

Expedicionário Pedro Maia Filho
(Pintura em tela feita pelo escoteiro Miquéias Mizá)

Cerca de 25 mil jovens brasileiros, oriundos das mais diversas regiões do País, vivenciaram no fronte de batalha a Segunda Guerra Mundial. Dentre eles, estava o caraubense Pedro Maia Filho que no dia 02 de fevereiro de 1944, foi convocado para o serviço militar, submetido à inspeção de saúde, sendo aprovado e logo em seguida incorporado ao exército no batalhão 27 – BC (AM), para servir na FEB, já considerado expedicionário, seguiu participando de toda a operação recebendo a condecoração de batismo de fogo com a medalha da força expedicionária.

Em 8 de maio de 1945, término da Segunda Grande Guerra, regressa ao Brasil junto com os demais membros do contingente sendo recebidos no Rio de Janeiro pelo presidente Getúlio Vargas, pelo General Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra, corporações sediadas na capital federal e pela grande massa popular. Após o desembarque todos os pracinhas tiveram um mês de licença, dias depois foram dispensados do exército brasileiro retornando a cidade natal, sendo recebido na estação ferroviária de Mossoró com a banda de música, foguetões, discursos e homenagens dos amigos e conterrâneos.  No dia 22 de novembro de 1948 – três anos depois, faleceu na residência de seus pais pronunciando suas últimas palavras: "DIGA A PAPAI QUE VOLTEI DA ITÁLIA”.